RECORDAÇÕES DO PASSADO
1975
Há muitos anos, ainda quando da minha adolescência «16/17 anos», alguma coisa me fazia sonhar com Espanha.
Muitos amigos desse país eu tinha em Lisboa, não só ali residentes, como os que em viagem se deslocavam à grande capital do meu Portugal, a grande Lisboa que foi minha terra de nascença e pela mesma embalado.
Os anos passam e nós, ficando mais velhos apercebemo-nos de que não se pode viver de sonhos. Por isso, no ano de 1967, após ter estado no continente africano e de regresso à minha Pátria, visitava a primeira terra espanhola: Las Palmas de Gran Canária. «Aquando da minha viagem no Navio Cuanza Luanda-Lisboa»
Foi uma experiência totalmente nova. Encontrar-me numa terra onde o castelhano era língua dominante, ofereceu-me uma panorâmica diferente da Espanha com que sonhava.
Porque o jornalista é normalmente um realista, quis conhecer a realidade espanhola, desta outra parte da Península Ibérica que não é Portugal.
Assim, a primeira vez que passei a raia, num espírito descobridor, foi pela fronteira de Quintanilha que me levou à vila de Alcañices, na Província de Zamora.
Uma experiência de dois dias não me ofereceu a possibilidade de conhecer a grande Espanha. Não saí de Alcañices e essa vila, tão antiga e atrasada «como o são geralmente as terras dos dois países naquela zona» não me deixou gratas recordações.
Porém, eu sabia que a vizinha Nação tinha cidades grandes e importantes. Decidido a desvendar o mistério obscuro que no meu subconsciente se encontrava, dirigi uma carta ao Caudilho.
E, o Chefe de Estado espanhol, Francisco Franco Bahamonde mandou-me responder com uma carta amabilíssima e, ao mesmo tempo, chegavam-me volumes que transportavam cerca de 50 livros sobre a Espanha que eu queria conhecer.
Além desses livros, tenho a honra de possuir o seu disco «La Palabra de Franco», no qual constam todos os discursos pronunciados pelo Generalíssimo durante os 25 anos de Paz.
E, em 1968, «enquanto aguardava colocação num organismo do Estado«. iniciava as minhas viagens por algumas partes de Espanha: Zamora, Valladolid, Sória, Zaragoza, Madrid, Àvila, Salamanca e Ciudad Rodrigo fizeram parte do primeiro percurso.
Depois, outros percursos foram feitos: Plasência, Cáceres, Mérida, Badajoz, Sevilha e Cordoba.
Porém, existia uma outra parte de Espanha que me estava a despertar a curiosidade pela proximidade com a Póvoa de Varzim (terra natal de minha mulher Maria Alice e onde tinhamos adquirido casa) - a Galiza.
É pois ao bom povo galego que dedico este livro, esta resenha das verdadeiras potencialidades das quatro províncias, nomeadamente: Corunha, Lugo, Orense e Pontevedra.
A minha permanência em terras galegas, durante um trabalho de seis meses, ofereceu-me a possibilidade de estudar em pormenor o carácter dos galegos, tão idêntico ao dos portugueses.
Deste modo, ao iniciar este meu trabalho, quero expressar a todos os organismos oficiais de Espanha o meu mais profundo reconhecimento pelas facilidades concedidas à elaboração desta obra que pretendo, sirva para uma maior e mais profunda união entre nós, portugueses e espanhóis, e para que nos visitemos com maior assiduidade, para que nos conheçamos melhor.
Aos nossos leitores, sobretudo aos promotores de turismo, deixamos aqui o nosso conselho: Conheçamos a Galiza
Uma vez mais, o meu querido Mano do Coração Eduardo me proporciona uma "viagem" de sonho! E eu,como boa mana,lá vou com ele visitando lugares que tanto gostaria de ter realmente visitado.
ResponderEliminarNem tudo foi mau naqueles tempos;pelo menos havia respeito pelo trabalho de cada um, e havia tambem educação!!!
Do fundo do meu coração agradeço este "presente",sempre muito bem escrito e com videos maravilhosos!
Fico à espera do próximo capítulo para continuar estas maravilhosas "viagens" consigo se me der essa Honra!
Um beijo de carinho e respeito da mana Maria Manuela
Minha querida Mana Maria Manuela,
ResponderEliminarAs suas palavras são sempre um incentivo para este mano que muito aprecia as suas considerações.
Fico muito contente quando vejo os seus comentários e, sobretudo quando através dos mesmos sinto uma satisfação em acompanhar os meus pobres artigos.
Por vezes ainda penso que sonho estar a praticar jornalismo no activo, mas são só sonhos. A realidade é outra.
E, tantas vezes ao recordar em minhas memórias as mais diversas situações, sinto que a angústia é uma realidade.
Hoje, uma sombra do que já fui, tenho mesmo que ser essa sombra que me obrigo a viver.
Fico muito contente por a mana continuar a viajar comigo. Olho para o lado e imagino o que seria os dois manos instalados num magnifico automóvel, a descobrirmos coisas do nosso passado glorioso.
Mil beijinhos deste mano que a admira.
Don Eduardo KKKKKKKKKKKK