sábado, 27 de dezembro de 2014

ANTÓNIO LOPES RIBEIRO




Ano de 1972 - O MEU AMIGO ANTÓNIO



Conhecia o António Lopes Ribeiro por o encontrar várias vezes no Palácio Foz (SNI), nos Restauradores e também da televisão do famoso programa Museu do Cinema.

Em determinada altura, o então Secretário Nacional de Informação Dr. César Moreira Baptista, fez questão em mo apresentar pessoalmente e disse-me que o António me podia auxiliar no projecto da "Carruagem Branca" que eu estava a levar a efeito, dada a circunstância de ser uma pessoa profundamente conhecida e muito "capaz" para as relações humanas.

Admiti que seria uma mais valia e aquando da preparação das exposições «Entre Douro e Tejo" e «Algarve Maravilhoso" 
Mapa do Algarve

lá aparecia o António Lopes Ribeiro para, em conjunto, visitarmos as entidades oficiais, tal como governadores civis, alguns presidentes de câmara, etc..

Foram dias de grande convívio, dias em que muito aprendi e surpreendeu-me a abertura com que ele enfrentava qualquer situação.

Na região Centro houve pouca colaboração, pois o António tinha compromissos inadiáveis ligados à sua actividade cinematográfica. Mas no Algarve, onde estive cerca de quatro meses a preparar a exposição "Algarve Maravilhoso" apareceu mais vezes, indo de avião até ao Aeroporto de Faro


Aeroporto de Faro


 e lá estava eu a aguarda-lo para o deixar depois no Hotel Eva em Faro.
Hotel EVA

Entretanto, começámos a percorrer sempre que possível a região algarvia e procuramos sempre conhecer de forma variada a boa gastronomia daquele distrito.
Um dia, em Albufeira, fomos almoçar ao Restaurante António (considerado o melhor daquele concelho). Eu pedi um bife de atum e o António pediu um outro peixe. O empregado, reconhecendo o «HOMEM DO MUSEU DE CINEMA», disse-lhe: Desculpe mas não o aconselho, pois este peixe está sem qualidade para si. Então, António Lopes Ribeiro, com a sua voz característica disse alto e bom som: Pois se não está bom para mim, não estará certamente bom para outro cliente - faça o favor de retirar da ementa esse prato.
Albufeira à noite



Curioso que uma das vezes em que estávamos juntos no Algarve, ele apercebeu-se que eu fazia 32 anos e considerou engraçado ele ter 64. Disse-me então - Oh Eduardo, hoje estás convidado a ir jantar comigo e com a tua mulher a um restaurante. 
Faro

E fomos...ao Restaurante "A Tranca" em Almansil - Faro, onde nos foi servida uma Cataplana bem servida de marisco além doutros pratos (entradas e sobremesas).


Cataplana

Cada vez que passávamos pela Tranca eu e a minha mulher Maria Alice recordávamos com saudade aquela noite do jantar com o nosso "grande amigo" António Lopes Ribeiro. 
Almansil


Muito há a dizer sobre este Ilustre Português, mas sendo fieis à sua história de vida, eis alguns dados
Biografia


António Lopes Ribeiro

Filho de Manuel Henrique Correia da Silva Ribeiro e de sua mulher Ester da Nazaré Lopes e irmão do actor Ribeirinho, começou por se dedicar à crítica cinematográfica, actividade a que se dedicou a partir dos 17 anos de idade, no jornal Diário de Lisboa, e no exercício da qual fundou diversas revistas dedicadas à crítica de cinema. Três anos mais tarde, estreia-se como realizador com o documentário Bailando ao Sol (1928).
De 1940 a 1970, parte da sua obra cinematográfica é dedicada aos actos oficiais do Estado Novo, sendo por isso chamado de "cineasta do regime". Alguns exemplos desta faceta de Lopes Ribeiro são A Revolução de Maio (1937), o Feitiço do Império ([1940) ou Manifestação Nacional a Salazar (1941).
Para além destas duas actividades, António Lopes Ribeiro demarcou-se como produtor de cinema (fundador das Produções Lopes Ribeiro), jornalista, argumentista, profissional de televisão desde 1957 (foi apresentador do programaMuseu do Cinema, na RTP, de 1961 a 1974), da rádio e figura do teatro.

Filmografia (realizador)



  • Dia de Portugal na Expo'70 (1970)
  • Portugal de Luto na Morte de Salazar (1970)
  • Portugal na Expo'70 (1970)
  • Casa Bancária Pinto de Magalhães (1963)
  • Instituto de Oncologia (1963)
  • I Salão de Antiguidades, O (1963)
  • Artes ao Serviço da Nação, As (1962)
  • Arte Sacra (1960)
  • Indústrias Regionais (1960)
  • Monumentos de Belém, Os (1960)
  • Mosteiros Portugueses (1960)
  • Primo Basílio, O (1959)
  • Comemorações Nacionais (1958)
  • Portugal na Exposição Universal de Bruxelas (1958)
  • 30 Anos com Salazar (1957)
  • A Gloriosa Viagem ao Brasil (1957)
  • A Rainha Isabel II em Portugal (1957)
  • A Viagem Presidencial ao Brasil (1957)
  • A Visita a Portugal da Rainha Isabel II da Grã-Bretanha (1957)
  • A Visita do Ministro Paulo Cunha aos Portugueses da Califórnia (1956)
  • A Visita do Chefe do Estado à Ilha da Madeira (1955)
  • Cortejos de Oferendas (1953)
  • Jubileu de Salazar, O (1953)
  • A Viagem Presidencial a Espanha (1953)
  • A Celebração do 28 de Maio de 1952 (1952)
  • Rodas de Lisboa, As (1951)
  • Algarve d'Além-Mar (1950)
  • Casas para Trabalhadores (1950)
  • A Festa dos Tabuleiros em Tomar (1950)
  • Segurança Social e Assistência Médica (1950)
  • Serviços Médico-Sociais (1950)
  • Trabalho e Previdência (1950)
  • Estampas Antigas de Portugal (1949)
  • Só Tem Varíola Quem Quer (1949)
  • Lisboa de Hoje e de Amanhã (1948)
  • Anjos e Demónios (1947)
  • Cortejo Histórico de Lisboa, O (1947)
  • A Vizinha do Lado (1945)
  • Ilhas Crioulas de Cabo Verde, As (1945)
  • A Morte e a Vida do Engenheiro Duarte Pacheco (1944)
  • Inauguração do Estádio Nacional (1944)
  • Amor de Perdição(1943)
  • Portugal na Exposição de Paris de 1937 (1942)
  • O Pai Tirano (1941)
  • Feitiço do Império (1940)
  • Guiné, Berço do Império (1940)
  • Viagem de Sua Excelência o Presidente da República a Angola (1939)
  • Exposição Histórica da Ocupação (1938)
  • A Revolução de Maio (1937)
  • Fogos Reais na Escola Prática de Infantaria (1935)
  • A Preparação do Filme 'Gado Bravo' (1933)
  • Curso de Oficiais Milicianos em Mafra (1932)
  • Uma Batida em Malpique (1929)
  • Bailando ao Sol (1928)
  • Frei Luís de Sousa (1950).
  • Gado Bravo (1934)

Até breve Grande António



2 comentários:

  1. Grande homenagem a um grande homem do cinema português!
    Que saudade de BOA NOITE senhores telespectadores" e do "BOA NOUTE" de António Melo,pianista que sempre abria e fechava o programa!

    Até sempre!

    Parabens pela bela ideia desta homenagem!

    Um beijo de carinho da mana
    Maria Manuela


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  2. Parece tarde e más horas este comentário. Mas, isso deve-se ao General Inverno que fustiga nossas casas e não nos permite sair dos nossos aposentos quando queremos, mas quando nos é permitido..

    Agradeço as palavras com que a mana Manuela se dignou distinguir-me.
    Um beijo especial de ternura do mano Eduardo.

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