terça-feira, 18 de novembro de 2014

O DRAMA DO DESAPARECIMENTO DE JOÃO MARINHO

NOS PICOS DA EUROPA
OVIEDO - ASTURIAS



Astúrias - Norte de Espanha

Nos dias de hoje, todos os portugueses sabem que João Marinho desapareceu nos Picos da Europa. Noticias nos noticiários de todos os canais televisivos e nos jornais nacionais levam ao conhecimento público das buscas levadas a efeito pelas autoridades oficiais e alguns voluntários de Portugal e Espanha.

João Marinho


Eu, tive a oportunidade de visitar no ano de 1975 aquela região, deslocando-me a Oviedo e a Gijon no Principado de Astúrias.

Isso, obriga-me a contar uma passagem de minha actividade na Galiza.

Encontrava-me reunido com o Delegado Provincial de Información y Turismo na cidade de Lugo, quando ele recebe o Delegado Provincial de Información y Turismo de Oviedo.

Tíinhamos almoço combinado para esse dia e, com a presença do visitante, essa refeição passou a ser de três pessoas.

O representante do Ministério de Información y Turismo naquela Cidade asturiana, foi convidar o colega de Lugo para assistir à Festa da Sidra que se realizaria dentro de dias na Cidade de Gijon, e na qual, além de todos os representantes do Ministério nas quatro províncias galegas, reunia outras entidades oficiais das provincias fronteiriças com Astúrias, bem como do Governo Central de  «Madrid».

A amabilidade surgiu desde logo ao me convidar para visitar Oviedo, Gijon e outras terras asturianas. 

Centro de Oviedo


Foi assim, que passei oito dias nas Astúrias e conheci os «Picos da Europa».


Picos da Europa

Sempre acompanhado pelo Secretário General Técnico da Delegação Provincial do Turismo de Oviedo, em viatura especial (um Jeep), desloquei-me aos denominados «Picos da Europa» situados na Cornisa Cantábrica.

Era Abril, o tempo estava óptimo, mas, só de olhar para aquelas montanhas gigantes assustava.

Foi-me então contado que, aquando da invasão dos Mouros por terras de Espanha, só foram travados pelos Cristãos precisamente naquelas montanhas dos «Picos da Eurupa» 

Hotel da Reconquista


E, assim começou a reconquista que lentamente, fez com que os Mouros fossem fugindo até serem expulsos da Península Ibérica, tendo entretanto procurado refúgio na Andaluzia e, particularmente em Córdoba.

Foi tão importante esta reconquista que os espanhóis contruiram um soberbo hotel com esse nome (Hotel da Reconquista). Situado no centro de Oviedo, aí nos instalamos por convite do Delegado Provincial, que assumiu também a responsabilidade de todas as despesas com a nossa estadia durante o período em que permaneci nas Astúrias.

Depois de visitar Oviedo e outras cidades e vilas de interesse turístico, levaram-me para Gijon  onde me instalaram no Parador (equivalente às Pousadas de Portugal).

Parador em Gijon


Durante a nossa permanência em Gijon, fomos então assistir à Festa da Sidra, uma bebida que usualmente se consome em toda a Espanha.

Durante esta celebração, em Gijón (Astúrias), um verdadeiro tributo à sidra é organizado como -  a bebida por excelência desta terra. 

Festa da Sidra


Um dos destaques do festival acontece quando milhares de pessoas se reúnem na praia, 30.000 litros de sidra e 10.000 copos com o logotipo do festival que integrou uma  grande quantidade de visitantes e residentes locais.

E, assim conheci Oviedo, Gijon e os «Picos da Europa»

Faço votos e desejo ardentemente que João Marinho não tenha sido vítima duma região que correu com os Mouros e que volte depressa para Amarante e para o seio familiar e dos amigos.

6 comentários:

  1. Conheço bem por várias excursões efectuadas em anos anteriores e também alguns passeios feitos de auto caravana, já chegámos noite fechada aos Picos e dormimos ali junto ao lago, considero uma aventura nesta nossa idade, mas ficou na memória ao outro dia ao acordarmos demos com as montanhas e o lago nevados e foi um espectáculo ao nosso olhar. A aventura deste nosso compatriota já leva algum tempo, queira Deus que o encontrem, mas com tanto frio, o tempo tão adverso não será muito provável. Gostei muito desta prosa do amigo, cada postagem é muito diversificada e interessante, lamento nem sempre ter tempo para comentar como gostaria. Querido amigo Eduardo deixo um beijinho com muito carinho, por aqui ando de vez em quando e leio com muito gosto o amigo.

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    1. Querida e estimada Mana Natália,
      Felizmente que a minha amiga é viajada o suficiente para conhecer grande parte dos locais a que faço referência em meus escritos.
      Neste caso concreto, impunha-se uma referência especial pois sei bem o que é sentir-se perdido pois a mim aconteceu-me ficar perdido nas serras da província da Corunha, à noite, quando voltava à capital da Província para me recolher no Hotel Finisterre onde estava hospedado.
      E, dou-lhe razão quando afirma que dificilmente o João Marinho será encontrado. Mais pelo frio e pelas chuvas do que por outra coisa, apesar do empenhamento dos corajosos homens e cães que o procuram.
      Somente (como digo) e a minha mana confirma, pelo facto dos «Picos da Europa» serem assustadores.
      Obrigado pelo seu excelente comentário que considero um complemento do que escrevi.
      Para si, para sua simpatia e amizade, um beijinho do mano Eduardo

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  2. Amigo foi com muito interesse que acabei de ler toda esta sua descrição que é demais interessante como sempre. O nosso patrício João Marinho queira Deus que ainda seja encontrado e livre de perigo .... Beijinhos

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    1. Estimada Mana Maria Helena,
      Foi com grande orgulho que a vejo a estrear-se como comentadora no meu blogue. Pena é que seja por uma razão dramática que todos sentimos cheios de emoção e na esperança de que seja possível vê-lo regressar a casa.
      Infelizmente, andamos com pouca sorte. É o caso do João, da bebé que acabou por falecer depois de muito sofrimento dos pais e demais família, e, que nos arrastou a todos nós com grande expectativas de poder salvar-se.
      Peço a Deus que todos os males fiquem por aqui, mas infelizmente a vida está cheia de surpresas.
      Um beijinho do seu mano que muito a considera.
      Eduardo

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  3. E mais uma vez lá vou "à boleia" com mano Eduardo,o que me dá uma alegria imensa.
    Não conheço essa parte de Espanha,mas pelo que tenho visto em documentários, deve ser uma maravilha. Agora com o seu artigo fiquei ainda com a vontade de conhecer ainda mais "aguçada"!! Já é muito tarde!

    De Oviedo o que conheço é o que mostram na TVE na altura da entrega dos prémios PRINCIPE DAS ASTÚRIAS, agora PRINCESA DAS ASTÚRIAS.

    Tenhamos Fé que o nosso compatriota seja encontrado vivo,sem grandes problemas.

    Muito obrigada por dividir estas suas digressões tão animadas.

    Um beijo de carinho e respeito da mana
    Maria Manuela

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    1. Olá querida Mana Manuela,
      Vou começar a cobrar para a levar como boleia.
      Em verdade lhe digo que,sendo eu um homem simples e sem ilusões, tenho tido o privilégio de estar no Mundo...neste Mundo cruel e ingrato, com a companhia de Deus.
      Pena tenho que a Mana não conheça pessoalmente o Principado de Astúrias a não ser pelos prémios que dão honra aos Príncipes (hoje Reis) das Astúrias e a quem os recebe.
      Toda a Cornisa Cantábrica, em que está inserida esta região de Espanha é divinamente excepcional.
      Estando na Galiza, e depois de sair de Ribadeo, atravessa-se a ponte que divide a Província de Lugo das Astúrias e chega-se a Vegadeo, primeira localidade do Principado. Depois, a partir daí é só usufruir de paisagens espectaculares até chegar à capital «Oviedo».
      Fazendo em Oviedo quartel general. podem e devem ser visitadas com grande tranquilidade todos os locais turísticos. Aconselho entre outras coisas belas, o Aquário de Oviedo.
      E, assim querida mana, cá vou andando atrás das minhas memórias e esperando que continue a dar-me a honra de me acompanhar nestas minhas viagens de memória pela vida a que Deus me destinou - vida de jornalista e de amor pelo próximo...
      Um beijinho do mano Eduardo

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